quinta-feira, 16 de abril de 2015

Novo Teaser de Guerra nas Estrelas - O Despertar da Força ( Star Wars - The Force Awakes )

Opa ! Opa ! Opa !!!

Nem acredito !
Novo teaser de Guerra nas Estrelas - O Despertar da Força ( Star Wars - The Force Awakes ) acabou de sair e deixou a comunidade Geek/Nerd e agora os novos Pops, crianças e até pobres quase geriatras como eu com olhos cheios de lágrimas !!

Assiste aqui e depois continue o post. Se você já viu, veja de novo, ué ! Este tipo de coisa a gente assiste até ficar impresso na retina.



Vamos aos comentários, sem pe permitem.

Ok, não entendo a diferença deste teaser pra um trailer. Pra mim é um trailer...
Momentos de emoção:
- Logo da Lucasfilm
- Trilha sonora tema dos sois duplos.
- Deserto de Tatooine ? Acho que sim...ou não... as coisas só tem uma sombra.
- Um Stardestroier gigantesco, e uma X-Wing caídos no meio da areia ! Sensacional !
- Voz do Luke... os arrepios começaram aí.
- Mascara do Darth Vader derretida após a pira funerária
- R2-D2 e a mão de metal do Luke
- Criança entregando o que parece ser o sabre do Vader pra quem imaginamos ser a Princesa Leia
- X-wings sobrevoando o que parece ser um lago, e gritando como o Han Solo... seria filho dele ? Ou está muito velho pra ser filho do Han, como disse meu amigo Fernando. Se sim, seria dele que o Luke esta falando que também tem a Força ?
- Stormtroopers... ( Não gosto desde sorriso nos novos capacetes... este lance de Disney parece ter influenciado já os novos designs. )
- Um Tropel em cor preta.. lindo ! Segundo o Fernando é Cromado, deve estar refletindo a escuridão em volta dele.
- A FALCON !!! Minha nave preferida de todos os tempos.
E o ponto que trouxe as lágrimas:
- HAN SOLO !!! CHEWIE !!!!!!!


Sem palavras ! Sensacional !
Uhuuuuu !!!

Pode baixar pra voce este fundo de tela !

Bom, vou lá ver de novo !

Abraços do Quadrinheiro Véio !


segunda-feira, 13 de abril de 2015

Lanterna Verde - Hal Jordan: Procurado

Falar sobre o Lanterna Verde é sempre um grande prazer pra minha pessoa. Acho que ando lendo bastante DC Comics ultimamente, e eu particularmente adoro. Não me é possível escolher entre uma e outra. Cada uma tem suas características distintas, seus méritos e deméritos, fases boas e ruins, personagens bons e ruins. E estes momentos parecem que as vezes se alinham e temos fase ruim nas duas ao mesmo tempo ( como nos dias de hoje... ) mas já tivemos coisas boas nas duas ao mesmo tempo. De qualquer forma, isso não importa e não é o objetivo deste post.
Ultimamente tenho lido muitos encadernados. Acho que nunca tivemos tantos encadernados reunindo sagas como nos últimos anos. E tem a parte boa disso, que é nos livrar da produção em larga escala de porcarias nas revistas em serie que invadem as bancas nos ultimos tempos. Sou grato as compilações porque fiquei fora do universo dos quadrinhos durante os anos 2000, devido a tanta porcaria e tambem porque estava focado na minha empresa. Mas quando voltei, vi que perdi pouco e o pouco que eu perdi esta saindo nestes encadernados e coleções de supostos graphic novels ( Salvat e Eaglemoss ) e algumas coisas da própria Panini.
Em Lanterna Verde - Hal Jordan: Procurado, temos o que parece ser o comecinho do que mais adiante ira se tornar a famigerada Guerra dos Anéis ( cuja primeira parte eu comento aqui ) e o comecinho do surgimento da Tropa Sinestro e das Safiras Estrelas das Zamaronas. Eu acho que é uma ideia boa, que acabou ficando meio exagerada e acabou afastando um pouco a essência do personagem, porem ao mesmo tempo penso que foi uma saída criativa e grandiosa para promover vendas e para dar uma agitada no personagem. 
Quem acompanha o Lanterna Verde sabe que ele, desde sempre, está continuamente em enrascadas enormes, frequentemente com grandes mudanças. Foram raros os momentos estáveis na carreira de Hal Jordan e da Tropa dos Lanternas Verdes em geral. Comecei a ler ele pouco antes de Crise nas Infinitas Terras, na revistinha dos Superamigos da Abril, logo quando ele perdeu o anel pouco antes de passar a crise toda praticamente sem, e só retomar a bendita jóia com a morte de Tomar Re. Nesta época da minha infância eu fazia meus brinquedos já que tudo era muito mais inacessível e pra ser sincero, nem sei se na época havia um anel do lanterna a venda até nos EUA, mas pra brincar, eu desenhava o anel no caderno, recortava, colava e imaginava que eu era o Jordan nas situações das HQs. Teve até um momento que ele vai preso por invadir a propriedade do Aureo ( Goldface ) e na cadeia ele encontra o Mão Negra. Tenho na memória que eu lutei com o vilão no meu quarto com direito a reproduzir até os momentos que ele apanha... rs... Imaginação, a gente vê menos hoje em dia, vamos ver como isso vai afetar o futuro.

Nesta edição encadernada que reune as ediçoes Green Lanterna 14-20, Geoff Johns coloca o Haroldo Jordão em uma enrascada enorme armada pelo filho do Abin Sur, que é o antecessor do Hal no setor 2814. Este garoto cresceu cheio de ressentimento e tenta de todas as formas pegar o anel do pai, mas é interessante que a gente ve muito mais do Sinistro nele do que do próprio Abin Sur. Amon Sur, ao final acaba mesmo sendo convocado para a recém iniciada Tropa Sinestro, recebendo o anel que tentou primeiramente recrutar o Batman, mas que foi recusado após ver que, alem de instilar grande medo, o Morcegão também tem uma vontade de ferro e ja havia tido contato com o anel verde. Vale notar que o anel amarelo procura indivíduos que instilem medo, mas eles também causam uma alteração mental e física no hospedeiro. Achei isso bem curioso, e de certa forma ja deixa uma portinha aberta para quando entrar em cena alguma justificativa pra algum vilão ter ficado mais mortal com o anel amarelo no futuro... não sei, não li tudo apos esta passagem. Disso, ja fui direto pra Guerra dos Anéis. Então, pouco posso dizer sobre o que veio depois, mas gostei destas sacadas. Neste processo todo ele passa por vilão, é caçado por bodyhunters intergaláticos, pela Liga e uma cambadinha.
Preciso confessar que nao sou fã de ter 7 tropas com anéis energéticos correndo solta por aí, mas admito que é uma ideia muito inteligente e difícil de implementar. E a forma como isso acabou afetando todo o universo durante a noite mais escura, foi muito sagaz. Tiro meu chapéu pela criatividade mesmo achando que a execução foi meio tosquinha.
Na segunda parte do livro mostra a origem da Tropa Rosa, das Safiras Estrela e deram uma boa explicada em várias interrogações, sobre por exemplo a aparência das Zamaronas que conheci após Crise e de onde veio a energia rosa que elas comandam. Estou ficando cada dia mais um velho ranzinza, porque não sou do tipo que gosta que mexam no que eu gosto, mas achei muito criativo e posso aceitar estas mudanças numa boa ( não que qualquer coisa que eu pense ou deixe de pensar vá fazer a menor diferença pra DC Comics... ).

Agora, Ivan Reis nao conversa comigo. Sem chance. Acho uma pena pois queria gostar do desenho dele. Acho muito mais do mesmo, sem identidade. Você le as revistas dele, são bem desenhadas, mas não tem personalidade. É como ler algo comum, normal. Não se diferencia, apenas cumpre o papel, sabe ? Executa bem a jornada,mas não acrescenta algo. Não se destaca... ( acho que me fiz entender... e perceba que não xingo ele, apenas fico frustrado... ) Mas na segunda parte do livro, durante a saga das Zamaronas e a Safira Estrela e o Daniel Acuña assume, a diferença é brutal, e fica bem lindo. Parece o desenho mais simples, cheio de glow, brilhante, meio engomado... não sei explicar direito. Gosto dos dois desenhos, mas esta identidade do Acuña me mostra algo mais artístico e menos `contato`. É como Dan Jurgens durante a época dele em Super-homem, durante a morte do Kriptoniano. Um traço que conta a historia, mas não acrescenta nada a ela. ( ao menos pra mim, ok ? Você pode gostar do que você quiser... sempre! )

Bom, pra fechar, digo que gostei muito da edição DC Deluxe | Lanterna Verde - Hal Jordan: Procurado. Recomendo para qualquer fã do personagem, desde os velhos aos novos, pois tem um resgate e uma ligação que explica muitas mudanças e origens. Eu comprei sem saber o que esperar, nem imaginava do que se tratava e acabou que gostei e fico feliz em não ter procurado saber do que se tratava antes de comprar.

E se nao for pedir muito, comente aí o que acha deste post, ok ?


Abraços do Quadrinheiro Véio !







sexta-feira, 10 de abril de 2015

Demolidor - A Queda de Murdock

Miller e Mazzucchelli.
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O post poderia terminar por aqui, mas como eu não sei falar pouco, e eu demorei muito tempo pra resolver escrever sobre esta saga, cá estou eu sentado na frente desta tela, emocionado, por finalmente poder falar de uma das que eu considero uma obra prima dos quadrinhos, e que me fez crescer muito como ser humano, já que li isso ao final dos anos 80 na SAM e era a revista que eu não conseguia parar de esperar, mês a mês, pra ir buscar na banca enquanto não fechou a história.

A Queda de Murdock marcou a minha vida de tal forma, que até hoje eu lembro falas, narrativas, quadros e do sentimento. Sempre faço questão de falar sobre o sentimento, sobre a influencia que as HQ's exercem em nosso emocional. Se ela não te abalar emocionalmente e não te instigar mentalmente, ela está deixando passar uma oportunidade de ouro. 
Provavelmente voce já sabe desta HQ. Não poderei fugir de um spoiler ou outro durante o texto, mas se você não leu ainda esta edição tem dois motivos: Você começou a ler a pouco tempo ou você não é fã de quadrinhos. Mesmo que você goste ou não goste do Demolidor, tem que tirar o chapéu pra esta historia, que reune uma narrativa densa o tempo todo, cheia de nuances, de passagens psicológicas, reativas, levantando temas relevantes para a época como as drogas, os cartéis, gângsters e o lado humano do Matt Murdock. Quase não temos o Demolidor, é tudo centrado no Matt, no ser humano, na pessoa. Pessoa que sente, vive, respira, chora, come, dorme, machuca, pensa e sofre. E como sofre.
Deixa eu te situar um pouco no tempo. Antes desta saga, o Demolidor vivia num mundo florido, light... não tinha muita profundidade. Miller havia estado na revista a uns 7 anos antes e já  havia começado a colocar o estilo mais denso e sério, mas quando ele retornou pra escrever a Queda, ele veio pra detonar, pra mudar.
E como ele ja estava naquela energia do Cavaleiro das Trevas e outras publicações dele da mesma época, ficou mais evidente que ele gostava mesmo era de quebrar tudo. Sagazmente ele decidiu reposicionar o personagem, centrar ele numa guerra urbana, em um bairro simples, em um cotidiano mais próximo do chão, menos acrobático. Tudo se passando na Cozinha do Inferno, mas a realidade mesmo era que não importava. A Queda é do Murdock, não é do bairro, não é do Demolidor. A revista começa e termina com Matt. Demolidor demora pra entrar em cena e você não sente falta. Não sente...

A narrativa as vezes segue complexa e densa, te localizando, gerando o clima certo. Tem uma passagem que eu realmente adoro, que a gente fica cego com o Matt, que ele relembra como foi os primeiros momentos no hospital, os diálogos  os sons... tudo com muito sentimento, muito tocante. A gente emociona com ele, sente pena, sente a força dele surgir. A gente se torna o Demolidor, nascemos junto com ele. Depois, entram quadros e mais quadros de movimento. Movimento silencioso, com quadros que variam de tamanho... pequenos detalhes mostrados para intensificar grandes movimentos. Mazzucchelli fez algo admirável tamanho é a profundidade emocional dos personagens em um traço exageradamente limpo. Acho isso formidável, uma qualidade. E a coloração clean, lisa, sem aquele monte de manchas para dar profundidade. HQ por HQ mesmo, comum na época pré-photoshop. A paleta das cores geram nuances que acompanham toda a trama de modo que se você apenas seguir a leitura sem atentar aos detalhes a condução do seu inconsciente é tão grande que você fica ofegante junto com ele após uma corrida, ou de olhos mareados, ou com um frio na barriga de medo nas cenas em que os personagens sente isso. As sequências de movimento são tão perfeitas que você desvia a cabeça pra não ficar no meio de uma porrada ou um chute. Seus dedos se quebram junto com os do repórter. Você perde a respiração junto com o policial estrangulado. Você sente a dependência quimica do Bazuca, e quando Murdock cai, você também cai.
A queda mesmo esta nas duas primeiras edições, depois vem a recuperação e termina com ele livre, recomeçando a vida. É um roteiro digno de filme. Juro. Alias, este post está sendo lançado hoje, junto com o lançamento mundial da série do Demolidor na Netflix de propósito. É a minha homenagem e desejo de que a série seja mesmo um sucesso.
Os pensamentos do Matt são um prazer a parte. Muito bem escritos. Eu gosto mais da primeira tradução, da SAM. É mais coesa e pra mim tem todo o fator nostálgico, admito. Mas os pensamentos dele, o diálogo interno, as conclusões... o limiar da loucura. E tem também o pensamento do Rei. Pensamento primoroso, de um grande vilão. Junto a tudo isso o contra-ponto que passou a ser muito usado com o DD, que é o demônio sempre sendo salvo pela igreja, alem de a própria mãe ser uma freira. O reencontro deles, a forma que ele descobre isso.
Tudo artístico, tudo perfeito. Não consigo ainda ver nesta obra a mão do marketing. O lance era fazer uma boa historia, com os personagens se revolucionando. Uma das maiores provas da grandeza desta saga é que mesmo fora do contexto temporal, ler ela hoje te toca do mesmo jeito. Sabe por quê ? Porque é uma historia humana. Não fica datada com tecnologia. Este é o toque magistral do Mestre Miller.
Nesta HQ aconteceu tanta coisa, tanta mudança... Ben Urich, JJJameson, Rei Do Crime, Franklin Nelson, Karen Page, Melvin Porter. E o mais legal, na minha opinião tem a melhor historia do Capitão América até hoje. Esta frase do Capitão, segurando a bandeira americana é muito marcante: " Não sou leal a nada, General... exceto ao sonho." Em determinado momento, o bairro da Cozinha do Inferno é bombardeada e os Vingadores precisam intervir: Um Soldado cuja voz poderia comandar um deus, e um deus cuja voz pode comandar o tempo. Todos se calam...". Grandioso !

Acho que vou parar aqui, pra que você possa ler ( ou reler ) a sua edição. Está na coleção Salvat.

Agradeço a oportunidade de escrever neste blog, reler esta edição me trouxe a mesma emoção de quando eu li a primeira vez. E agradeço a você que lê e conversa comigo através deste blog. Se você não vem aqui ler, provavelmente eu não escreveria.

Abraços do Quadrinheiro Véio !












quarta-feira, 8 de abril de 2015

Um Conto de Batman: De Volta à Sanidade

Olá Quadrinheiros !

Bem vindo de volta. Hoje vou falar sobre uma série de mini-series que eu particularmente adorei acompanhar no meio dos anos 90, que se chamava Um Conto de Batman ( Legends of the Dark Knight ). Na época, saia em edições quinzenais, com 2, 3 ou 4 edições, contos individuais e de fora da cronologia do Morcegão, mas que em alguns casos se tornava canónico e em outros, não. Até mesmo porque em muitos casos era desnecessário, mas eram de tal forma bem escritos e marcantes que acabava deixando a gente muito pensativo depois, muitas vezes impressionado.
Este é o primeiro de vários que eu pretendo postar no blog e isso aconteceu porque estive em uma feita de sebos de HQ e comprei uma que eu não tinha comprado na época ( ate porque era época de forte inflação, com os preços em tabelas que mudavam praticamente toda semana ) e a grana estava mais curta do que o normal.
Em De Volta a Sanidade ( Going Sane ), temos o vilão mor do Batman: O Coringa. E é uma história pra lá de interessante. Inevitavelmente você pode trombar com alguns spoilers aqui, ok ? Mas não é nada demais, prometo.
Eu acho genial quando as histórias tem um aspecto psicológico forte como aqui. E entra em debate um ponto mega importante: A dependência emocional do Coringa em relação ao Batman e vice-versa. Esta é uma das melhores representações do desequilíbrio mortal do palhaço e da loucura dele magistralmente retratada. Gosto quando o autor é criativo ao ponto de não precisar apelar para coisas mega grandiosas. É bacana ver o Batman enfrentando um cara tão mortal como o Coringa, enfrentando medos, pensamentos... vendo ele próprio no limiar da loucura. Sem comparação,
questionando seus atos, suas escolhas, suas reações... questionando a própria sanidade que nos faz pensar se o titulo se refere ao vilão ou ao Batman, servindo ao mesmo tempo para os dois, uma vez que em determinado momento parece que o maluco troca de lugar com o saudável. Acho que dramas psicológicos assim enriquecem demais e ao mesmo tempo que a trama é inteligente, prende a gente o tempo todo ao contraponto dos desenho serem bem caricatos, com um Coringa em traços exagerados, com queixo gigante que reforça muito mais seu sorriso maquiavélico e que quando ele passa por são deixaram imagem disforme, que não se encaixa. Neste roteiro de J. M. de Matteis vamos da raiva até a surpresa, chegando as lagrimas nos olhos quando uma inocente sente toda a tristeza de um relacionamento que, embora muito real pra ela, nunca existiu. Muito inteligente, uma historia triste e coerente, muita reflexão e muita exposição da alma verdadeira de um herói como só o Batman pode ser. Um lance meio o médico e o monstro, com pitadas de "two stories". O paralelismo, o reencontro. Aliás fazer roteiros com forte teor de conflito psicológico parece ser uma das qualidades do autor, que também escreveu o excelente "A última caçada de Kraven", que tem uma resenha só dela aqui.

Os traços são do Joe Staton, e mesmo quem não gostar, precisa dar o braço a torcer pela narrativa, sequencia e expressão emocional dos personagens. Um traço aparentemente de qualquer jeito, mas todo pensado. É preciso entender que um bom artista se adapta à historia, se torna versátil para contar a historia, e não fica engessado apenas no seu estilo. Este desenho, cheio de achuras que parecem ter sido feitas as pressas, mas que na verdade era o que a historia pedia. Note que a própria achura varia dependendo do momento da narrativa. Tudo antagônico, tudo no contra ponto. Esta preocupação em narrar o inconsciente junto com o consciente, o invisível, junto com o visível, é de uma inteligência sinistra. Tudo em torno do Coringa e do Batman, sem nada mais.  Todo o resto é consequência, é pano de fundo, são apenas pessoas que não sabem porque estão ali, mas estão. Meros bonecos da trama, importantes apenas para dar cama aos principais e mesmo assim,
dramáticos e necessários. Não é uma historia fácil de escrever. Crises e tramas gigantes cheias de protagonistas são fáceis de escrever, mas tramas assim, ricas na complexidade dramática e psicológica, não. Este cara, de Matteis, certamente bebeu dos livros de Jung e do Campbell. Tudo se resume a momentos, esta historia é um momento. Ela não muda nada na vida dos dois heróis, mas ao mesmo tempo muda muito a forma de pensarmos no relacionamento interior de ambos.
Sinto-me muito limitado a escrever sobre esta mini-serie porque senão revelaria muitos spans e acho isso tão desagradável, porque sem poder abrir mais da trama parece que estou tentando vender algo pra você e não é isso. Juro... rs... 
Então, se você gosta de ler uma boa trama e está meio cansado das historias rasas atuais, faça um favor a si mesmo e cave um sebo ou um scan pra poder ter acesso a isso.
Recomendo a série "Um Conto de Batman" de olhos vendados.

Abraços do Quadrinheiro Véio !






segunda-feira, 6 de abril de 2015

Os 80 anos do Pato Donald - Por seus Principais Artistas

Uma das publicações mais bonitas que temos nos dias de hoje é este livro belíssimo, em capa dura, com mais de 480 páginas que é o livro Os 80 anos do Pato Donald por seus principais artistas, lançado pela editora Abril.
Não sei se você gosta dos patos da Disney, mas eu me amarro neles desde sempre. As historias da turma da Mônica são muito apaixonantes, mas eu tenho um carinho enorme pelos patos, em especial pelo Tio Patinhas. Mas o Donald e os sobrinhos tiveram muita influencia na minha formação como pessoa. Explicarei um pouco disso, até em linhas mais adiante, até um pouco psicológicas.

Esta edição é muito rica, não pelo material que é excelente, em couchê e capa dura, mas pela variedade das historias escolhidas, 26 ao todo, escolhidas de 15 autores diferentes, de todas as partes do mundo, de épocas distintas e com pequenas biografias de cada um deles. E é claro que tudo começa com o grande Carl Barks, passando por artistas Americanos, Dinamarqueses e Italianos e tem até um Brasileiro, que deve ter sido carteirada, já que são as duas historias mais fracas do livro ( hehehe, desculpa, sou sincero pacas nos meus posts ). Pra mim, as do Barks são as melhores, e tem umas ali bem grande, empolgantes, e divertidas. As que eu mais gosto sempre envolvem aventuras. Acho o máximo quando eles viajam pelo mundo, ou pelo tempo, conhecendo os equivalente históricos com nomes engraçados... personagens como o Milionário Enri K. So... rs... me amarro nestes nomes. 
E esta edição é bem diferente da trilogia Anos de Ouro do Pato Donald, de 1988, onde foram reunidas as 21 primeiras edições da revista no Brasil, em formato grande, com capas lindas... que eu também comprei nas bancas na época. Sim, gosto dos patos tanto quanto dos heróis. Embora não me amarre muito no Mickey. As historias do Mickey tem um caráter mais detetivesco ou espionagem. Eu adoro o estilo, mas o Mickey não me prendeu tanto. Já o Tio Patinhas sempre foi aventureiro, mais o lance de caça tesouros, meio Indiana Jones e eu acabei curtindo mais. Quando eu era criança eu tinha até uma moedinha numero 1, dentro de um mostruário parecido com o dele, que eu dizia que me dava sorte... hehehe... bons tempos, brincava mesmo com isso. E o bacana é que naquela época nós tinhamos muito mais a nossa imaginação, já que não tinha tantos brinquedos que brincavam sozinhos como agora, as opções eram muito poucas, desenho só em 2-3 canais da TV e o dinheiro dos meus pais era bem curto. Então, um cabo de vassoura vira espada, uma caixa de papelão vira um carro, e um lençol com uma corda de varal vira um acampamento. Saudades demais deste tempo, que mesmo sendo um pouco mais difícil pra um monte de coisas, não nos fazia falta alguma ter telefone celular ou internet. Coisas que nos ajudam e facilitam muito a nossa vida, claro que sim, mas que hoje resolvem problemas que antigamente a gente não tinha, gerando dependências que também não haviam. Quantos de vocês conseguem sair sem se sentirem vulneráveis quando o telefone fica em casa ou a bateria acaba ? Fora que hoje em dia, computador sem internet não tem uso... no meu tempo, trabalhava muito no computador, e nem falávamos em internet. Coisas muito, muito curiosas... Mas, chega de nostalgia, voltemos aos patos.

Este livro consegue mostrar uma coisa que eu acho muito válida: A Essência do personagem ao longo dos anos. Ela é constante. Não muda. Vemos o passar dos tempos, a mudança das tecnologias, a forma como isso afeta os personagens e o quanto você pode identificar sempre cada um deles pela sua personalidade sempre constante. Eu sempre falo disso. Você sabe quem você vai ler, porque a essência não muda. E é isso que eu sempre critico nos novos 52, e em alguns personagens da Marvel. A falta de criatividade é muito grande, ao ponto da preguiça de criar novos desafios fica a mercê de alterar a base dos personagens ao invés de quebrar a cabeça em novas historias. Por isso que quando você vai ler um Super-Homem dos dias de hoje você só reconhece o desenho do símbolo, porque poderia ser um personagem novo, e não Kal-el, não o Clark. Esta é a minha grande crítica quando se trata das novas historias. Coisas fracas, muitas opções, todas fracas, em busca do lucro único. Sim, precisa adaptar as historias aos novos tempos, mas não precisa mudar a essência. Isso que sempre tento dizer e um monte de gente me metralha com todas as pedras possíveis... rs... Mas, ok. Não sou o dono do mundo e posso estar enganado. Hoje penso assim, amanhã quem sabe isso muda.

Então, vou ficar por aqui. Espero que se você gosta dos patos, possa adquirir esta edição especial.

Abraços do Quadrinheiro Véio !