sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Mulher-Hulk - Mulher Solteira Procura

Olá Quadrinheiros.

Acabei de ler mais uma edição da Coleção Oficial de Graphic Novels da Editora Salvat, que é a Mulher-Hulk - Mulher Solteira Procura ( ô titulo infeliz... ). Esta edição reúne as edições de 1 a 6 da revista She-Hulk de 2004.
E vou começar dizendo que eu me diverti pacas lendo esta edição. Uma característica tipica da personagem é que ela mesmo não se leva a sério. Nem quando ela está em equipes. Lembro-me que meu maior contato com a Mulher-Hulk foi na época pós Guerras Secretas, em que ela foi convidada a substituir o Coisa no Quarteto Fantástico, quando ele resolveu passar mais um tempo lá no planeta do Beyonder.
Esta edição é muito, muito divertida. Se você pensou que fosse algo sério, pode ter se decepcionado. É o tipo de revista que é feita pra ser divertida, entra no cotidiano da vida de um super-herói mas do lado divertido disso. Tem 6 edições e logo de cara a gente já começa rindo da
situação em que uma pequenina Jennifer Walters se encontra presa embaixo de um 'namorado/caso/algo assim', na cama dela na mansão dos Vingadores.
Este tipo de comportamento acaba expulsando ela da mansão, por ser inapropriado. Além de ter vários 'namorados', ela ainda dava festas pra comemorar as missões de sucesso. Hilariante... hahahaha...
Acho que uma das coisas mais bacanas é quando ela está num momento da vida que nem ela está contente consigo mesma. Então um choque de realidade acontece: Ela é expulsa da mansão, perde o emprego na promotoria, perde o 'casinho' dela e
tudo isso por ser uma pessoa de pouca profundidade. Neste momento aparece um dono de uma das maiores empresas de advocacia da cidade e a convida para ingressar no time deles, porém só se ela for a Jennifer e não a Mulher-Hulk. Ela aceita e descobre que a empresa, secretamente, é a agencia que defende os Heróis Marvel em seus casos judiciais. E, por esta premissa toda, você já pode imaginar como acaba tudo partindo pra cenas hilárias, como o Coisa depondo num tribunal, o Aranha processando o Jamesson ou mesmo uma fuga em massa de vilões encolhidos no braço verde da moça.
Uma das coisas que impressiona bastante é a condução da narrativa. É uma condução bem boa, pensada, planejada. Dan Slot soube nos apresentar a personagem, situá-la e não deixar ponta solta sobre a vida dela antes de causar a grande virada e nos dar diálogos e situações que mesmo sendo engraçadas, são perfeitamente críveis dentro do universo heroico Marvel.
E os traços do Juan Bobillo e Paul Pelletier são constantes e harmônicos. E o
mais importante, as expressões ( coisa que sempre bato na tecla aqui no blog ) estão todas muito bem feitas. Além de ter o Coisa mais feio que eu já vi na vida, o rosto da Jennifer, sendo ela miudinha ou She-Hulk tem traços tão delicados e expressivos que são até apaixonantes. Uma aparência meio 'mangá', com olhos não muito grandes, mas expressivos e visivelmente entediados a maior parte do tempo e uma boca pequena em um rosto com poucas hachuras, deixa ela delicada e ao mesmo tempo contrastando com um corpo forte, musculoso. Eu realmente me encantei com as expressões de todos os personagens e a condução visual é muito boa. Tem um momento no começo da HQ, que ela acorda embaixo do rapaz na cama dela, em que ela está normal e percebe que está presa, que é bem desenhada. Percebemos ela fazendo força, e ao ver que não consegue se mexer mostra a língua... hahaha... aí, ela se transforma, fica enorme e verde, mas a pureza do rosto dela não muda. Isso que achei muito fantástico.

Realmente eu recomendo esta edição. Principalmente pra pegar leve, descontrair mesmo.

Abraços do Quadrinheiro Véio !



quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Novo vídeo: MiMiMi

Oi, Pessoal !

Tem novo vídeo lá no canal do youtube. Aliás, talvez você queira se inscrever no canal pra receber as novidades sempre que entrar no YouTube.
Então, não enrole, se inscreva lá !

Entre no Canal aqui !



Abraços do Quadrinheiro Véio !

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Frequencia Global

Alô, você está na Frequência Global !

Que HQ mais louca ! Estou impressionado até agora. Estas publicações de fora do universo dos super heróis, quando feitas com qualidade, são brilhantes, não é ? Você já leu ? Conhece a Frequencia Global ? Então, acho que está na hora de ampliar suas leituras.
Nem só de Marvel e DC vive o homem ! hehehe...

Brincadeiras a parte, eu realmente gostei destes livros. Frequência Global tem uma aura de espionagem e teoria da conspiração que me enche de entusiasmo. Se este é seu estilo, você também vai gostar.

E se precisar de mais um incentivo, eis aqui: Warren Ellis. Ele foi muito bem em Extremis do Homem de Ferro, e não acertou muito a mão em Thuderbolts, mas aqui... minha nossa. Este britânico arrebentou ! Tendo liberdade pra escrever, o cara demonstra um domínio sobre narrativa e argumentos, bem como uma pesquisa muito legal sobre ficção científica e comportamento humano, que é raro da gente ver nas HQ´s de linha, talvez pelos prazos apertados que estas publicações exijam ou talvez por motivos comerciais mesmo. Mas esta edição da Frequência Global faz a gente sentir que, garimpando, existem HQ´s com qualidade e que empolguem.

Como sempre digo aqui, a emoção ( pra mim, claro ) é o grande motivador de ler uma HQ. Nesta série, todas as edições tem este caráter de gerar emoções. Não estou falando de emoções de doçura, mas de sentir medo, raiva, dúvida... de se questionar sobre o certo ou o errado, de pensar se você faria como eles, se estar numa organização como esta seria legal e se não seria ótimo se realmente existisse uma galerinha como esta no mundo real.
Agora vou procurar resumir um pouco aqui, fazendo o possível para não deixar spoilers, o que é a Frequência Global. Praticamente é uma organização mundial, bancada secretamente pelo G8, composta por 1.001 agentes liderados pela Miranda Zero, e que são interconectadas por celulares através da cyberpunk Aleph. Estes agentes são pessoas comuns, com habilidades bem específicas que são convocados em emergências de salvamento em que as autoridades normais não conseguem resolver. É algo muito louco. Percebe-se que eles não são 100% secretos, mas pra maioria das pessoas eles são umas lendas, já que
muitas vezes até os conjuges dos agentes não sabem que eles fazem parte da FG. E a linguagem que é usada é muito inteligente, muito natural, faz você se envolver nas 'encrencas' junto com os agentes, que nunca se repetem nas 12 edições dos 2 encadernados. A única constante é a Miranda e a Aleph. Todos os outros, não aparecem mais, não porque morrem, mas porque são 1001 agentes e as emergencias que aparecem nem sempre são as mesmas então, exigem habilidades específicas. É um lance muito inteligente pra sair da cabeça de uma pessoa só. Eu posso dizer que Ellis se salvou no meu conceito após Thunderbols, que você deve ter lido meu relato decepcionado aqui num post anterior. Se não leu, clique aqui e veja depois, se quiser, claro.
Miranda Zero

Uma coisa bacana é que cada edição conta com um desenhista diferente, mas que procura misturar seu traço pessoal com uma linha determinada para a revista. É sempre meio dark, já que as histórias são bem pesadas e densas, e a coloração segue uma linha sóbria, até meio sombria. E uma coisa interessante é que, embora cada edição tenha um desenhista, todas são coloridas por um cara só, que é o David Baron. Excelente ! Com ritmo, sequencia de lutas e movimento bem feitas e que não ficam confusas.
Esta série poderia sim ser considerada uma Graphic Novel.
Eu ganhei de aniversário a número 1 desta HQ a em 2011... demorei um tempo pra ler, mas quando eu li, eu fiquei mega impressionado. Então, recentemente eu achei a numero 2 em promoção na Saraiva e não teve jeito, comprei. Aproveitei pra reler a 1 e ler a 2 em seguida e que delicia que foi.
Bem que poderia ter continuado, é uma pena que foi um projeto tão curto. Espero que a Wildstorm tenha mais planos.

O mais curioso é que é uma publicação original de 2002, que teve até filme para TV em 2005, com Michelle Forbes como Miranda Zero e Aimee Garcia como Aleph. E eu soube que estão até pensando em uma série para TV. Tomara !

Por isso, se você já pensou em ler, mas ficou meio 'assim' de comprar e queria um empurrão, sinta se 'chutado' pra cima dela!! hahahaha !!!



Bom, é isso. Fico por aqui !
Curte aí o seu feriado !

Abraços do Quadrinheiro Véio.

Agente da FG

Aleph



quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Shazam & a Sociedade dos Monstros

Olá, amigos fãs do esporte... err. digo, amigos leitores de HQ´s !!



Este post é mais simpático do que os que tenho feito, porque eu realmente gostei muito do que eu li em Shazam & a Sociedade dos Monstros, lançado pela Panini Books. Confesso que eu estava evitando desde dezembro comprar esta edição, mas acabei cedendo e estou muito feliz por isso. É uma das edições mais 'gostosas' que eu li em anos e sou muito grato por ter podido desfrutar de tamanho prazer.

Ok, pode parecer exagerado a principio, mas explicarei o meu 'por quê'.
Pra começar, vamos à velha ladainha deste véio que vos fala, que é sobre o nome do personagem. É bom ler uma obra recente em que o herói é chamado pelo nome conhecido dele, e não pelo seu grito de guerra ( licença poética... hehehe ). Pra mim, este é, sempre foi e sempre será o Capitão Marvel da DC. Ponto final. Este lance de chamar ele de Shazam por motivos comerciais me incomoda em absurdo. Acho mesmo que é uma grande perda e sinal de decadência mundial quando a arte começa a dar lugar apenas ao dinheiro. Sei que em todas as áreas do mundo, em todo o período da humanidade isso sempre foi assim, mas isso não me faz mais contente por saber isso. Sei que todo artista precisa comer, vestir e ter um teto, mas penso que prostituição da arte e do idealismo é um grande desperdício de tempo e de talento humano. Ser fiel à sua própria mente eleva a humanidade, pois pensamentos diferentes, complementam-se e somam... pensamentos iguais não levam a nenhuma evolução. Mas como infelizmente a maioria das pessoas querem o conforto e o lugar seguro e comum, estagnamos e em algumas áreas até andamos pra traz. Aí, quando lemos um escritor mais ousado, como Alan Moore foi, Frank Miller, David Mazzucchelli, Byrne entre outros, achamos que é incrível. Mas a verdade é que estes mesmos já fizeram trabalhos meia boca e continuaram ousando, compartilhando com o mundo todo seus próprios pontos de vista, sem carecer de aprovação alheia. E entre seus erros e acertos, contribuiu pra evolução da maioria. Ou seja, ser ousado e falar o que pensa, dividir a opinião, criação e idéias, mesmo que isso não seja comercial ou monetizável através de uma pesquisa de mercado, colabora pro mundo. Vender mais e aumentar lucros, colabora apenas com os donos das editoras. Pena. Isso só pra citar no meio em que está a nossa paixão, que são as HQ´s. Porém sabemos que acontece em todos os campos da humanidade. Creio que isso tem chance de mudar, já que a internet elevou e libertou o pensamento, porém esta massificação também pode levar a uma estabilização da mediocridade. Cuidado, amigos... tenham pensamentos próprios ! Ousem !
Acho mesmo que é uma grande perda e sinal de decadência mundial quando a arte começa a dar lugar apenas ao dinheiro. Sei que em todas as áreas do mundo, em todo o período da humanidade isso sempre foi assim, mas não me faz mais contente saber isso. Sei que todo artista precisa comer, vestir e ter um teto, mas penso que prostituição da arte e do idealismo é um grande desperdício de tempo e de talento humano. Ser fiel à sua própria mente eleva a humanidade, pois pensamentos diferentes, complementam-se e somam... pensamentos iguais não levam a nenhuma evolução. Mas como infelizmente a maioria das pessoas querem o conforto e o lugar seguro e comum, estagnamos e em algumas áreas até andamos pra traz. Aí, quando lemos um escritor mais ousado, como
Voltando pro livro, em capa dura e tudo o mais, bem bonito, temos uma re-contada origem do Capitão Marvel, com o pequeno Billy Batson bem pequeno, mas naquela proporção tipica do Bone. Tem também sua irmãzinha, a Mary Batson, e ela está muuuuito engraçadinha. Pimenta de tudo e quando se torna a Mary Marvel, não fica adulta, mas criança mesmo... super divertida. Não sou o mais adepto de re-origens, mas esta ficou deliciosamente inocente, e é esta inocência que faz a leitura valer a pena. Com a presença do Sr. Cérebro e do Doutor Silvana, os vilões mais clássicos da família Marvel, esta publicação me deixou com uma alegria nostálgica, bem nos moldes da era de prata dos Quadrinhos, quando a inocência era muito usada e a preservação da mesma era importante. Então temos um traço simples e limpo, a colorização também é limpa e adequada, muito movimento, expressões e olhos grandes e os olhos apertadinhos do Capitão que são sua marca registrada principal. Ah é, e também tem o desabafo mais clássico dele logo de cara: Diacho !

Uma das coisas mais notávelmente criativas no Capitão Marvel é o Anagrama SHAZAM, que eu realmente acho que todo mundo deveria gritar todas as manhãs, logo ao acordar, porque invocar estes poderes todos é sempre positivo, se você o fizer conscientemente. Afinal, quem não quer ter a sabedoria de Salomão, a força de Hércules, a resistência de Atlas, o poder de Zeus, a coragem de Aquiles e a velocidade de Mercúrio? O Billy tem expressões bem infantis, seu movimento e gestual, o comportamento são mesmo de uma criança... muito clássico. Mas.... e tem sempre um mas... uma coisa que eu não curti muito foi este lance de ele não se 'tornar' o Capitão Marvel, mas ser o receptáculo dele e com o tempo acabarem se tornando um só. Eu nunca tinha ouvido falar disso. Pra mim, ele recebia os poderem do Capitão Marvel, mas era sempre o Billy. Claro que o Billy originalmente não era uma criança tão nova, era mais adolescente, mas isso de o Capitão ser um e o Billy ser outro, meio que... me desagradou um pouco.
Creio que tirando isso, as outras mudanças e criações foram bem interessantes, me agradaram muito e até a forma como o Tigre, o Sr. Malhado, foi colocado na história é legal. O Capitão sempre foi ligado a magia, e isso fica bem explicito. E não tem esta porcaria de poder de atirar raios que inventaram nos novos 52. Ufa !
Ainda bem que ainda fazem HQ´s pra eu ler. Principalmente por ainda ser o Capitão Marvel e não este Shazam novo, de gorrinho... Tá certo que na época do surgimento do personagem, o que era grande no mundo era a guerra e por isso muitos personagens são os "Capitães" alguma coisa. Mas, poxa, se querem um novo novo, criem um novo personagem, ué !
O Jeff Smith ( que é o criador do Bone ) deu uma dimensão diferente pro Capitão, deixou ele ao mesmo tempo mais moderno, e manteve a essência da inocência. E por tudo isso, eu realmente acho que é uma edição obrigatória.
A leitura é tão gostosa, que eu peguei pra ler sem compromisso no sofá e quando percebi, já tinha terminado, com um sorriso no rosto. Uma expressão que ultimamente me anda rara ao ler coisas novas.
Acho que é isso, vou ficando por aqui !
Apareça sempre !

Abraços do Quadrinheiro Véio !




segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Capitão América: Morre uma Lenda

E aí, amigos leitores !

Capitão América, pra mim, sempre foi um herói "B". Tipo, um segundo escalão, com histórias com um nicho bem específico. Claro que ele tem uma representatividade de uma importância absurda pelo que ele representa, mas suas histórias, desde quando eu comecei a ler revistinhas, sempre foram fracas, sem empolgação, mas fieis ao ideal que ele representa, que é o sonho de liberdade americano. E só por isso, ele já tem muito mérito. Lembro me até hoje que uma das melhores histórias que eu li do bandeiroso foi justamente a participação dele na obra prima "A Queda de Murdock" do Demolidor. Quem se lembra, tem uma passagem em que ele é questionado se ainda é fiel aos EUA, e ele responde, segurando a bandeira, que é fiel ao sonho. Achei muito nobre. Aliás, ele é um personagem nobre.

Em Capitão América: Morre uma Lenda, que eu li pelo fascículo 51 da Coleção Oficial de Graphic Novels da Editora Salvat, noto que é mais um réquiem do que qualquer outra coisa. Desde a morte do Super-homem, não haviam matado um personagem icônico e importante como o foi o Capitão. E esta edição reúne a edição que ele morre e 5 edições de um tipo de 'homenagem póstuma'. E eu gosto muito destas publicações mais psicológicas, mesmo que sejam super clichês, é bacana ver a reação dos outros personagens quando perdem um dos 'deles'. Aliás, se o assunto é guerra, americano nada de braçada, né ? E quem morreu é só o simbolo maior da guerra nos quadrinhos, mesmo que não diretamente, todo mundo sabe que o Capitão América surgiu por conta da Segunda Guerra Mundial e mesmo que ele esteja diretamente simbolizando o sonho de liberdade, o 'lado certo' da guerra, outro fato comum é que em toda contenda, o lado que vence é o lado que está certo, é o lado que 'conta a história'.
Particularmente, pra mim, não existe beleza e nem vitória em uma guerra, nenhum lado vence. Vence apenas a ignorância humana. O Capitão tentava estar acima disso, mas sempre fiel ao sonho americano, o que é normal, claro... afinal, ele também representa o patriotismo americano, acho até que ele é como se fosse a materialização deste patriotismo, a forma-pensamento deste sentimento tão forte que acho que os americanos tem 'de mais' e nós brasileiros temos 'de menos'.
Retornando a HQ, o que eu achei bem criativo é o fato de as 5 revistas representarem as 5 fases do luto. Como estudei psicanálise, adorei esta referencia, porque eu pude notar nos poucos pacientes que eu atendi e no meu observar das pessoas que vivem o luto, como estas fases são reais, sejam elas transparentes, sejam elas escondidas nos comportamentos e mentes das pessoas. Cada uma destas fazes é 'meio' que representada por algum herói ligado ao Capitão, e embora todas sejam do mesmo roteirista, cada uma teve um desenhista diferente. Ainda assim, o tom emocional é o guia da publicação, o tempo todo com pesar e o Homem-Aranha sempre o mais emotivo de todos, arrasado. O que me surpreendeu foi o Wolverine. Ele não se bicava com o Capitão, mas era muito sensível o respeito que ele nutria. Era um respeito meio : Você é o que eu não posso ser, te odeio por isso, mas ao mesmo tempo te admiro. Tipo isso. Também vale notar o retorno do Gavião Arqueiro, mesmo sem revelar como isso aconteceu, já que ele morreu em "A Queda", e até as forçações de barra em alguns diálogos estão bacanas. Mas senti muito a falta do Thor... se não me engano neste período ele estava morto. ( hehehehe... mais um morto, não morto, perdido em algum lugar... )
A história se passa logo após a Guerra Civil, em que ao seu final o Capitão se entrega as autoridades e está sendo levado a um julgamento. De repente, ele leva um tiro, seguido de mais 3 tiros a queima roupa ( que não direi quem deu os tiros, pra não atrapalhar sua leitura ) e não consegue se salvar a tempo. Tipo, o cara morreu algemado, no meio da rua. O que pode ser pior pra um soldado ? Todo soldado sonha morrer na guerra, e não ali, num ataque covarde. E suas últimas palavras, como sempre, foram de um herói: Salve a multidão.
Bom, em HQ sabemos que um herói só morre se o roteirista quiser, porque tem um milhão de personagens com poderes grandes o suficiente pra salvar um herói assim, mas depois de 2 anos sabemos que ele volta. Aliás, isso perdeu a graça, né? Toda vez que alguém morre nas HQ´s a gente nem sente mais porque sabe que ele vai voltar. Aí, é que nem ver novela da Globo, você já sabe tudo que vai acontecer pelas revistas de fofoca, mas assiste mesmo assim... Então, a gente lê pela jornada e não pelo fim. No meu caso foi bem isso. E cabe um parenteses aqui: Eu li esta HQ pela primeira vez ontem a noite, mas a repercussão da morte do supersoldado em 2007 foi mundial. Como sempre falo, ler as histórias na época em que são publicadas é fundamental pro bom entendimento e vivencia do mesmo. Então, estou tendo muito cuidado com o que comento e opino aqui, porque algumas histórias fazem sentido devido ao seu contexto, como Watchman, Cavaleiro das Trevas, e etc...
O roteiro é de Jeph Loeb, a partir de uma idéia de J. Michael Straczynsi. E cada edição, como já disse, teve um desenhista. Primeiro o Lenil Yu com a Negação, Ed McGuinness desenhou a Raiva, John Romita Jr ficou com a Barganha, David Finch com a Depressão e John Cassaday finalizou com a Aceitação. De modo geral as histórias são escuras até chegar na Aceitação. Tem quadros grandes, muita emoção nos rostos, alguns diálogos inteligentes e sagazes, mas sem naquele clima de homenagem, de falar bem do cara que morreu, de resgatar momentos de seu histórico e tudo o mais. Se faz notar a ausência de vilões, e o constante clima do final da Gerra Civil, um momento do mundo super abalado por esta partição entre os heróis. E também se faz notar como o Tony é um grande babaca. Sério. 
É um roteiro clichê ? Sim, é sim. É todo um papo que cansamos de ver em outros funerais ? Sim. Vale a leitura ? Se você gosta deste tipo de material, você vai comer esta revista de colherada, porque é muito bem feita, desenhada e amarrada. O sentimento é mesmo de funeral, de luto, e acho que a gente até passa por isso junto com os personagens.

Bom, acho que é isso. Vou ficando por aqui.
Comenta aí embaixo o que você achou do funeral do bandeiroso também, tá ?

Abraços do Quadrinheiro Véio.