terça-feira, 10 de junho de 2014

Homem de Ferro - Extremis

Homem de Ferro - Extremis foi uma das mais gratas surpresas que eu tive. Uma surpresa muito positiva, creio que uma das poucas coisas boas nos quadrinhos dos últimos anos e visivelmente a inspiração dos filmes do personagem, principalmente o último filme. Claro que dadas as devidas proporções, se o filme tivesse seguido mais a HQ poderia ter sido muito melhor. Particularmente eu achei o IF3 beeeeeeem fraco. Decepcionante e facilmente esquecível. Diferente desta publicação que é realmente boa.

Quando me refiro a boa, explico o motivo. Argumento bom. O roteirista Warren Ellis soube o que fazer e fez bem feito. Basicamente ele atualizou o personagem. Como vocês que me acompanham sabe, eu sou do tipo que gosta dos clássicos, que não curte quando ficam mexendo nas origens dos personagens, mas esta ficou bem legal e o mais importante, faz sentido. Pra quem não sabe ( se é que alguém que lê blog de quadrinhos não sabe... ) o extremis é uma nano tecnologia que basicamente reescreve o DNA do corpo de quem o recebe, fazendo um upgrade no corpo. 
É uma tecnologia que foi criada tentando ( mais uma vez ) criar super soldados como o Capitão América, porém um cabocrinho psicopata chamado Mallen consegue colocar as mãos na formula e injeta em si mesmo, se tornando um cara superpoderoso, que cospe fogo, tem superforça e se regenera mais rápido que o Wolverine. Após o primeiro encontro com o vilão, o Tony toma uma surra de dar dó e resolve usar o Extremis em si mesmo, porém alterando a programação para, além de acelerar o processo, ainda dar poderes novos. Assim, nas palavra dele, ele se tornou o Homem de Ferro, por dentro e por fora, já que agora ele comanda a armadura mentalmente e ainda consegue enxergar pelas cameras dos satélites e tudo o mais que está na internet. Se levarmos em conta a genialidade dele, temos sorte que ele seja um herói, já que se tornou um dos homens mais poderosos do planeta.
Tudo isso que estou contando é só um resuminho, mas a HQ é muito mais do que isso. Temos uma re-estruturação não apenas em tecnologia, mas em atualidade e em época, porém mantendo o mesmo Tony Stark, que sempre foi meio bi-polar, tendo momentos de autruísmo x arrogancia em momentos diferentes, deixando-nos um pouco confusos. Entretanto isso não atrapalha a leitura.
Já dos desenhos, devo confessar que não gostei muito. A história é tão boa, que por sorte o desenho não atrapalha. Porém confesso que atrapalharia caso fosse um roteiro medíocre. Não ficou bom, sabe ? Entendo que Adi Granov é um artista, um pintor, mas pra quadrinhos, não rola. Na boa.

O traço dele não tem movimento verossímel e a pintura de Terry Austin é artificial demais. É como uma cópia barata... o conjunto fica parecendo que foi fotografado um monte de action figures, porque as posições e rostos são tão duros e vazios que é uma pena pelo roteiro que foi apresentado. Importante relembrar, é o que eu penso. Não necessariamente você tem que concordar comigo. Sei que tem um amigo que gostou pacas da arte e acho isso normal e formidável.

Homem de Ferro - Extremis é uma grande idéia, bem escrita e que me deixou curioso para ler o que veio depois disso. Uma das poucas atualizações que eu gostei. Se não leu, leia. Acabou de ser lançada pela Salvat, na coleção oficial das Graphic Novels da Marvel. Comente, concorde, discorde. Exponha sua opinião nos comentários e vamos movimentar mais este blog. A idéia é ser um ponto de encontro de amigos.

Abraços do Quadrinheiro Véio !






sábado, 7 de junho de 2014

Wolverine - Arma X

Recordo me quando eu li pela primeira vez esta saga... Lembro de ficar muito, muito perdido, de ler devagar, olhando cada detalhe. Wolverine - Arma X é uma das edições obrigatórias para qualquer fã de HQ´s. Sério. Na época que eu li, ela foi lançada num formatinho da Abril, Wolverine Extra 1. A capa dava medo, o nome do autor até então me era desconhecido e tive medo de ser uma bela porcaria. A verdade é que eu fiquei tão abismado com o ritmo, desenhos, narrativa e com a história em si que eu demorei um tempo, uns meses, pra descobrir se eu havia gostado ou não. Até que com um pouco mais de maturidade e lendo mais uma vez, acho que na época da faculdade, eu descobri como é uma HQ Fantástica. E agora acabei comprando na coleção de Graphic Novels da Salvat e não me arrependo nem um pouco. A qualidade to material é ótima e ter em capa dura faz toda a diferença.

Em Arma X nos é apresentada uma versão da origem do Logan. Digo, não a origem dele em si, mas das garras e do esqueleto de adamantium. Nesta época o Magneto ainda não havia retirado o adamantium dos ossos dele, então ainda não haviam inventado que as garras já estavam lá feitas de osso, o que dá a entender que elas foram colocadas lá quando ele foi feito uma arma.
A narrativa é excelente. Como foi feita já no final dos anos 80, é visivel como tem o ritmo da época. A ciência envolvida é muito interessante e os traços são tão organicos, que parece que a carne está derretendo do corpo dele. O traço é visceral, vivo, respirando. Fora que as cores são tão fortes, tão vivas, que parece tudo psicodélico, com quadrinhos bem definidos, porém com algumas quebras, como se fossem os anos 70 dando adeus e a chegada dos desenhos mais loucos dos anos 90... mas sem perder a selvageria dos anos 80 sabe assim ? rs...
Fora que a HQ inteira é toda produzida pro um homem só: Barry Windsor-Smith. Este cara deve ser consumidor de LSD, cogumelo e tudo junto pra conceber tamanha complexidade de história. Ele consegue misturar ciência, psicologia, brutalidade, conspiração, drama e suspense de um modo que faz dele único. É como uma caracteristica só dele. Cara, me arrepio com as HQ´s desta época. Nunca mais... diria que foi um dos momentos de auge da Marvel. Antes era tudo inocente, depois, tudo comercial. Neste entre-meios tivemos uma fase de pura arte. Se você é leitor novo, que começou a ler dos anos 2000 em diante, precisa dar um pulo num sebo e começar a pegar as revistas dos anos 80 até meados dos anos 90. Aí sim você vai entender o que eu estou falando.
Nesta revista, Logan é retratado de um modo de que, embora ele seja o protagonista, ele está lá apenas de fundo. O personagem principal mesmo é o processo, é a HQ. Vemos um homem que luta por sua humanidade, não deixando a fera tomar conta. Vemos um processo de busca de sua própria humanidade, mas sem ser clichê. Fora todo o sangue, amputações, assassinatos brutais... a essência do Wolverine, e não este cara manso dos dias de hoje. Este politicamente correto de uns 15 anos pra cá, que está acabando com a arte. Penso que a maior prova de que estamos evoluindo ao contrário é a necessidade de tantas regras sociais. Se não evoluímos por nossa própria consciência, não há evolução. Politicamente correto é o maior atraso de vida do ser humano, pode anotar aí... ;ppp

Bom, é isso. Se quer ler algo bom, com desenhos bem doidos, narrativa inteligente e um Wolverine fiel a si mesmo, esta edição é o que você procura !

Abraços do Quadrinheiro Véio !!!