quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Lanterna Verde e Arqueiro Verde

Normalmente eu costumo falar sobre Graphic Novels ou sagas mais fechadas, encadernadas, mini-séries e coisas do tipo. Mas hoje eu vou falar sobre uma pequena passagem muito marcante das HQ, em que houve a conjunção do Lanterna Verde com o Arqueiro Verde. E foi uma das mais memoráveis fases das HQ dos anos 70, redefinindo ambos os personagens. Inclusive sendo lançado em duas edições especiais pela Panini em 2006.

A época pedia uma mudança de comportamento, e os personagens precisavam
de algo que desse uma balançada. Então, a DC colocou Dennis O´Neill e Neal Adams pra dar esta nova "Cara" pra eles. Só que o resultado acabou ficando melhor do que o esperado. E é dificil falar sobre este momento sem recorrer ao saudosismo. Afinal, era uma época em que os quadrinhos experimentavam uma fase mais inocente, ao mesmo tempo que começava a haver uma preocupação em trazer pra realidade comum das pessoas tudo que se apresentava nas revistas. Em vista disso, dentre outras coisas, Hal e Ollie enfrentam situações de preconceito, discriminação, drogas, miséria e pobreza ao viajar de carro pelo interior dos EUA.



O Lanterna Verde é praticamente um policial espacial, tem aquele senso de certo e errado baseado em leis, mas nunca levava em consideração as graduações, as nuances de justiça. E o Arqueiro Verde estava mais em solo, morando num bairro pobre, simples, vendo o dia a dia das pessoas mais simples. E tudo isso nos anos 70. É bacana que o Arqueiro intima o Lanterna a ver as coisas da forma dele, e ele topa, até memso porque logo no começo, o Hal é chamado pra OA pra se explicar sobre abuso de poder e o Arqueiro convida-os para ir até lá e conhecer de verdade o
modo de vida humano da Terra. Um deles se oferece e passa a viajar de caminhonete com o os heróis e percebe que começa a ser tornar mais humano, ao questionar o uso da emoção sobre a razão. É muito bom pra reflexão, fazia a gente pensar, olhar em torno de nós mesmos, de nossa vida mesmo nos dias de hoje. E é também neste entre-meios que o sidekick do Arqueiro Verde, Roy Harper que na época era o Ricardito, se torna um viciado e com a ajuda da Canário Negro consegue se livrar do vício. O confronto dele com o Oliver, um confronto intelectual, de palavras, é emocionante. E é totalmente a cara dos anos 70. 



Vale mesmo a pena conferir, porque da forma que foi retratada esta passagem, virou um clássico. Não tenho certeza, mas creio que foi a primeira vez que foi tratado um assunto tão sério nas HQ´s e de uma forma tão forte, tão densa. E a reação do Arqueiro, sempre machão, sempre com pose de correto e justo, recorre a ira quando descobre seu protegido se drogando justamente porque sente falta de seu tutor. Ao invés de acolher o drogado, o expulsa de casa. Palavras fortes, reações emocionais... roteiro de gênio.




Os desenhos de Neal Adams dispensa qualquer comentário. Pra mim é de longe um dos melhores desenhistas da DC de todos os tempos. Desde Batman até o Lanterna, tudo que ele faz eu realmente gosto. Os traços femininos, as expressões nos olhos, a simplicidade porém com quadros bem pensados e o movimento dos personagens... tudo isso faz a gente se colocar dentro. O rosto da Canário está lindo, delicado, feminino... muito bom mesmo. Sou fã.

Recomendo a leitura. Seguem algumas capas abaixo.

Abraços do Quadrinheiro Véio.













sábado, 22 de fevereiro de 2014

Os Supremos - Segurança Nacional

Bom dia, Quadrinheiros !

Neste sabadão de manhã vou escrever um pouco sobre a publicação desta quinzena da coleção da Salvat, o volume 29: Os Supremos : Segurança Nacional. E o mais legal, desta vez a lombada encaixou direitinho no volume 28, que é o começo da estória. Legal, né ? ( Finalmente uma bola dentro nas lombadas, hein Salvat ).

Antes de mais nada preciso informá-los de que eu não sou patrocinado pela Salvat pra falar sobre as edições. Eu gosto de colocar por serem edições especiais bem bacana, bem feitas e importantes dentro do contexto das HQ´s. Dito isso, vamos em frente.

Falar de The Ultimates é bem problemático pra mim. Até mesmo porque este
universo paralelo da Marvel não foi feito pro pessoal da minha época, mas sim pra nova geração Z que está por aí. Considerando que sou do final da X, acompanhar até os Y nos dias de hoje as vezes é complicado. A minha sorte é que me adaptei bem a tecnologia atual.
Os Supremos: Segurança Nacional é a continuação de Os Supremos: Super-humano, que já comentei aqui no blog em janeiro. E minha opinião não mudou muito, então, se não leu, vale a pena dar uma olhada lá naquele post. Se já leu e quiser relembrar, é só clicar aqui.
Nesta continuação temos um grande desafio pro novo grupo, e desta vez uma ameaça intergalática. Aparentemente um grupo de alienígenas, conhecidos com os Chitauri ( a mesma raça que ataca a terra no filme dos Vingadores, mas o poder transmorfo não é citado no filme, bem como a inteligência ), quer dominar o mundo, porque consideram que o pensamento humano individual deve se extinguir e todo mundo tem que pensar igual já que o universo é um grande organismo e se cada um pensar por si mesmo, este organismo morre. Faz sentido, mas não da forma que eles querem, através da força. Depois é revelado que eles são os Skrulls, e que neste universo pra poderem mudar de forma eles tem que comer o humano original e tomar sua forma ( WHAT ?!?!?!?!! ). Gente, na boa... O QUE É ISSO ? Primeiro a Vespa é mutante e tem hábitos de insetos... agora isso ? Oh G'd... kill me !

Seguindo, temos uma estória que é o Capitão América e seus amigos. Herois descaracterizados, com mudanças muito esquisitas, visivelmente uma tentativa de pegar novos fãs pras revistas, porque os antigos não vão ter facilidade pra aceitar algumas mudanças. O visual do Thor é bem legal, mas poxa, o Mjolnir não tem machadinha atrás, pela mor de Odin !!! Ao menos a ideia de quem ninguém acredita mesmo que ele é um deus nórdico é divertida. Aliás, cabe aqui um parenteses... parece que se não encherem de piadinhas e diálogos engraçadinhos não se faz mais HQs nos dias de hoje, né ? Precisa mesmo de piadinhas o tempo todo ? Que coisa mais besta. Tá tudo muito homogenizado, tudo muito igual, muito "formula pronta". A época dos criativos se foi mesmo, estamos na época das formulas, dos meios garantidos, do agradar a qualquer custo e dane-se a arte, né... E a armadura do Tony está ridícula, feia, parece uma água vida com corpo humanoide... e deram a ele uma genialidade aparentemente mutante e um
comportamento muito bunda-mole. Mas pra salvar tem o Capitão América muito fiel e positivo, bem encaixado, a Viuva Negra e o Gavião Arqueiro também estão legais, embora tirarem a aparência do Clint, ficou convincente. Visivelmente o universo Marvel do cinema é baseado nos Supremos, tirando as partes que foram bem mal pensadas.

Mas a história é boa, a história é mesmo muito boa. As caracterizações dos personagens mudaram e desagradaram, mas fizeram uma aventura bem legal. Gosto muito deste Hulk, é mais original do que os de ultimamente. Gosto da ideia de ele ser utilizado como arma secreta. Nesta série é possível entender quando o Tony responde ao Loki no filme "Nós temos o Hulk". Ele faz um pusta estrago, mas como deveria ser, ele é incontrolável. Não tem esta de conversar não, ele é manipulado pelo Capitão, que como bom soldado, mata mesmo, pra valer. Acho que o Capitão e o Hulk salvam a revista. ( não me peçam pra chamar de Graphic Novel uma encadernação de revistas, ok ? ). É bem claro que parece ser uma aventura do tipo "Capitão América e amigos".


Esta edição reúne as revistas The Ultimates  de 7 a 13 e mantem Mark Millar nos argumentos e Bryan Hitch nos desenhos. Aliás, ao menos os desenhos estão bem legais. Tem uma imagem do Thor que está muito endeusada,
muito legal. E as páginas duplas são ótimas também. O que me incomoda na arte do Hitch são os olhares. Não tem emoção nos olhares. Falta isso na minha opinião. Não é como Neal Adans, ou Byrne, que os olhos falam muito. Acho que deviam parar de pensar em poses heroicas e corpos esculturais e se preocupar mais com a parte humana. Minha opinião, ok ?

Bom, é isso. Desculpem se pareço muito ranzinza. Como disse, tem coisas legais, a estória é muito boa e vale a pena a leitura. Tem elementos que valem a pena, principalmente a estória como um todo.

Abraços do Quadrinheiro Véio.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Jacques DeMolay - O Martir Templário


Oi, Quadrinheiros !


Caiu em minhas mãos esta semana uma edição muito legal de uma HQ, que confesso não conhecia e fiquei muito contente quando a li. A edição número 1 de Jaques DeMolay - O martir Templário, lançada em agosto de 2013 pelo grupo ArteOfício.

Esta HQ será uma mini-serie em 12 edições e conta a história de Jaques DeMolay, um Cavaleiro Templário do final do século 13. De forma muito criativa e romanceada, o autor Fabrício Grellet narra a vida deste que é tido como o Último Grão Mestre da Ordem dos Cavaleiros Templários, que inclusive fez parte das cruzadas. Gosto de ler HQ´s com base histórica, ainda mais de uma época tão rica em feitos, onde buscava-se a ordem e a justiça, mesmo que muita gente ache que não foi feito da melhor forma, as convicções dos Cavaleiros de fazer o bem e proteger a justiça são lendárias. Narrativas de espadas, cavalos, deveres, honra, comprometimento com suas escolhas e com a própria palavra e juramentos... coisas que andam tão esquecidas nos dias de hoje e que podem ser resgatadas. Acho isso muito válido. O mundo precisa, urgente.

A arte fica por conta de Silvio Spotti e Arthur Garcia, que dão vida e
movimento aos cavaleiros. As cores são de Carolina Pontes. Toda a HA tem coloração forte, marcante e viva. É possível ver sentimento nos olhos dos personagens, mesmo em um ou outro quadrinho que possa parecer estranho. Nota-se que seguem uma linha mais clássica no enquadramento e posicionamento, e isso é condizente com a linha que a narrativa pede. Cabe ressaltar que a narrativa é pesquisada, e portanto o que se vê não é apenas uma estória, mas um registro histórica da vida de uma pessoa que fez diferença no mundo, um herói real de sua época e que ainda hoje inspira muitas pessoas. Inclusive esta série tem o suporte de um psicanalista e uma pedagoga, além de especialistas na história templária para dar o suporte histórico e nada se perder ou passar de forma mentirosa. E isso é muito legal, porque mesmo que este tipo de suporte possa parecer "chato", acontece o contrário, que é uma história com ritmo de HQ medieval.

Recomendo a leitura, sim. Ainda mais com tantas porcarias que estão saindo, uma publicação com narrativa de qualidade as vezes passa batido. Mas você não encontrará a publicação nas bancas, apenas por assinatura. A série visa lembrar os 700 anos de sua morte e ao final você recebe um box pra colocar a coleção. O site oficial é o local pra assinar: http://comicsdemolay.com/ e também tem a página no facebook que quiser seguir e acompanhar as novidades: https://www.facebook.com/gibijacquesdemolay


Abraços do Quadrinheiro Véio !!






segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Graphic Marvel : O Hulk e o Coisa ( 1990 )

Salve Quadrinheiros !

Começando a semana, vou falar de uma Graphic Novel muito divertida, que na época eu li e reli só pra rir muito: A Graphic Marvel no.1 : O Hulk e o Coisa.
A história é simples, e é bem divertida. Temos um encontro dos, literalmente, monstros sagrados da Marvel em uma aventura espacial pra lá de engraçada. Imagine só o Hulk ( burro feito uma porta ) e o Coisa ( que não é um exemplo de inteligência ) sendo sequestrados por uma polícia alienígena pra salvarem um planeta de um chefão do crime conhecido como "Senth Obbraço" ! Sério, olha o nome do truta !

Aliás, os nomes são todos assim, tem o "Themcor Pomolle", "Dhu Ethe", "Kissal Afrário", "Al Mofadinha"... tudo parecendo os nomes dos vilões das aventuras do Tio Patinhas.

O roteiro bem humorado foi por conta de Jim Starlin e os desenhso estão ótimos e são de Berni Wrightson. Tem momentos hilários... como quando os dois procuram um disfarce e o Hulk apenas soca um polvo falante e coloca na cabeça, dizendo que é um chapéu, ou quando estão encurralados por um monte de bandidos e o Coisa tenta dialogar, mas ninguém responde. Quando ele diz pra ir pra cima, o Hulk impede e diz "agora é a vez do Hulk dialogar com a tchurma."... hahahaha... todo mundo acaba dormindo de tão chato que é o diálogo do Hulk, que só está calmo porque colocaram ions positivos no sangue dele por 24 horas.

Quando finalmente chegam até o tal chefão do crime, os dois começam a levar uma surra e o Coisa fica tentando irritar o Hulk pra ele ficar mais forte, com um monte de chingamentos muito engraçados. De filho de abacateiro a monte de caca. hahaha... 

Ao final, quando eles retornam, descobrem que arriscaram a vida por conta de um temperinho cósmico... hahaha... Vale a pena, até mesmo porque no final o Hulk ainda apronta mais uma.

Recomendo a leitura, é uma estorinha feita de forma muito comica, com muita inteligência, piadas divertidas e caracterização ótima dos personagens.
Se não leu ainda, procure e leia.


Aliás, esta revista é a primeira de uma série de Graphic Novels que a editora Abril lançou no Brasil como "Graphic Marvel". Diga-se de passagem, tem várias edições excelentes, como quando o Dr. Estranho ajuda o Dr. Destino a salvar sua mãe do Mefisto. Ou a Vingança do Monolito Vivo, quando ele se torna um planeta no espaço. Foram apenas 17 edições, mas que todas muito bem escolhidas, alí no começo dos anos 90.

Abraços do Quadrinheiro Véio.








quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Guerras Secretas - Marvel Super Heroes Secret Wars

Oi amigos do blog.

Perdoem estes dias sem publicações, como o blog é um hobby as vezes fico bem sem tempo pra redigir algo bacana. Claro que vocês não tem nada com isso, por isso peço desculpas e explico a ausência. Se quiser, poder vir aqui no novo blog para ler esta analise: Novo Blog - Guerras Secretas

Capa Secret Wars 1
Vamos ao post de hoje, onde falarei sobre uma das melhores ( pra mim, uma das TOP 5 ) estórias já lançadas pela Marvel: Guerras Secretas.

Esta tem um gosto mais especial, porque foi a primeira maxi-série que eu li na vida. Estava na casa dos 9-10 anos de idade, começando a aventura de ler sozinho alí por 1985 e minha mãe aparece com a número 1 em casa, porque vinha com um álbum e figurinhas de brinde, e eu AMAVA colecionar figurinhas ( depois eu viria a saber que na verdade, o ato de colecionar se tornaria uma grande parte da minha vida.... :ppppp ). Aí, estou eu lá lendo e me maravilhando com a primeira parte e fico fissurado pra ler tudo. E o que tem de especial ? Apenas um dos melhores crossovers da Marvel de todos os tempos.

Situando: O ano é 1984 e a Mattel quer lançar uma linha nova de brinquedos e pra isso faz uma parceria com a Marvel. Como a editora já tinha vários pedidos de fãs a anos pedindo um encontro de vários heróis e vários vilões em uma estória só, acabam juntando e lançam a série, a principio de cunho comercial, Marvel Super Heroes Secret Wars. O mais bacana é que, embora o objetivo primário fosse uma ação de marketing em conjunto, a estória é tão boa que até hoje é referencia pra muita gente ( eu incluso ).

Vamos resumir um pouco a publicação, já que meu objetivo neste blog é comentar e não registrar as estórias. Ainda mais que pelo que eu sei, já foi publicada 4 vezes no Brasil e se não me engano, na Coleção de Graphic Novels da Salvat vai sair de novo... hehehehehe... Dada a importância da estória, acho que todo mundo já leu, né.

Tudo começa com a aparição de um estranho aro gigante de aparência alienígena no meio do Central Park. E vários heróis vão lá pra descobrir o que é e acabam desaparecendo dentro dela. No momento seguinte são teleportados pra um confim da galáxia e percebem que estão em uma estrutura flutuando no meio do espaço. Em outra estrutura similar estão vários vilões, entre eles o Galactus, Dr. Destino, Homem Molecular, Ultron, Gangue da Demolição, Encantor e vários "peixes pequenos". Do lado dos heróis vemos X-Men, Vingadores, Quarteto Fantástico, Hulk, Homem-aranha e um Magneto deslocado. Quando você está tão confuso quanto eles, aparece uma fenda no espaço que destrói uma galáxia inteira e cria uma estrela e um planeta feito de vários outros bem na frente deles. E uma voz:

" Eu sou Beyonder, eu transcendo a simples existência. Destruam seus oponentes e todos os seus sonhos serão realizados." 

Galactus parte pra cima da fenda e o Dr. Destino o segue. De repente, os dois são rechaçados como se não fossem nada e a gente fica pensando em que tipo de "deus" está ali dentro da fenda. As máquinas se deslocam pro planeta em pontos diferentes e começa uma batalha. Acho que são vários momentos muito legais, é uma sucessão de bons momentos num roteiro muito coeso, avançado até se a gente parar pra pensar. Estão todos os personagens muito bem caracterizados. Temos um Dr. Destino incrivelmente diabólico, o Galactus como gostamos de ver, a interação entre todos os heróis, as divergências, discussões, acertos de conta entre os heróis e vilões, todo um fator humano, inteligente, heroico. Além disso, uma das cidades que foi usada pra formar o planeta é Denver. De onde vieram duas moças que o Dr. Destino deu poderes, a Vulcana e a Titânia.

Uma com poderes de calor e a outra com super força e uma arrogância maior ainda. Em um certo momento, a Titânia sai no braço com o Homem-aranha e leva uma surra do escalador de paredes... é um dos grande momentos da saga, que também tem direito a uma montanha inteira sendo jogada em cima dos heróis. Aliás, este era o número 4, que foi justamente uma das que eu quase fiquei sem. Na época que foi lançada no Brasil, nos idos de 1986, a periodicidade não estava certinha. Eu fiz meu pai correr tudo que foi banca da cidade pra poder encontrar. Lembro-me de fazer ele parar no meio do caminho de uma viagem pra casa dos meus avós em Minas Gerais pra eu consultar uma banca e, por sorte, achei. Fui lendo a viagem toda, feliz da vida ! ( e com as figurinhas... ). Lembrando também que a edição 12 foi bem complicada de achar... além de demorar muito pra sair, não foi pra todos os locais e eu levei meses pra conseguir saber o final da saga, já que não havia internet, né... :p Outras passagens que merecem destaque é quando o Homem aranha luta sozinho com todos os X-Men, quando o Thor peita os vilões sozinho e quase é desintegrado pelo Ultron que foi reprogramado pelo Dr. Destino pra ser seu guarda costas. Todos os heróis enfrentando Galactus para que ele não "coma" o planeta, e acaba indo absorver sua própria nave que tem o tamanho de um sistema solar. Dá pra imaginar isso ???
Vemos o retorno do Garra Sônica, a nova Mulher-aranha... muitos fatos que viraram canônicos. Inclusive o começo de uma nova fase solo do Coisa, já que ao final ele opta por ficar sozinho no planeta do Beyonder ( lá ele consegue mudar de aparência quando quer ) e pede pra Mulher Hulk ficar no lugar dele. A fase do Quarteto sem o coisa foi bem boa também, com direto a Zona Negativa e tudo o mais, mas é pra outro post.

O clímax é o final, sem dúvida alguma. O Dr. Destino consegue roubar a energia do Galactus e parte pra enfrentar o Beyonder e quando você pensa que ele perdeu a batalha, já com duas amputações, ele revida e vence o onipotente ser, tomando todo seu poder pra si. A partir daí, desespero é pouco. Ver o Dr. Destino grandioso, poderoso e ainda humano, é gratificante. Genial. Obra de Jim Shooter, grande argumentista que também era o editor da Marvel na época. Os diálogos muito bem pensados, mas tem que ler em inglês, já que em português estão bem mudados e adaptados. Inclusive na edição de A Teia do Aranha, uma fala enorme do Sr. Fantástico com o Hulk quando estava soterrados pela montanha foi cortada e ficou fraco. Tomara que a Salvat revise tudo e seja mais fiel no relançamento. Acho que merece um cuidado especial traduções de HQ, mas as vezes parece que quem traduz não é do meio. Há quem critique os desenhos, que foram divididos entre Mike Zeck e Bob Layton, mas eu já gosto, acho muito bons, gosto da forma com que são retratados, alguns enquadramentos são muito legais. Também acho algumas das capas muito históricas, principalmente a 10. 

Esta saga serviu também pra lançar o novo uniforme do Homem-aranha, que depois seria revelado como um simbionte alienígena, e por fim se tornaria o Venom ao se unir ao Eddie Brock algumas edições depois.

O curioso é que na época, a Gulliver lançava os produtos Mattel no Brasil, e como aqui várias estórias ainda estavam com muita defasagem da americana ( algumas em 3 a 4 anos de diferença do lançamento nos EUA ), a abril precisou fazer várias adaptações na história, mudar diálogo, adequar páginas e desenhos, pra não estragar a cronologia dos personagens que já estavam diferentes, alguns até nem tinham aparecido aqui ainda. Então, a Capitã Marvel, o dragão Lockhead e a Vampira que estavam no original, foram limadas completamente da publicação. Assim como foi inventado motivos pro visual de alguns heróis, já que a Tempestade estava na fase punk, o Professor X estava andando, o uniforme do Homem-Aranha voltou ao normal ( ainda não estava na hora aqui no Brasil)  entre outras mudancinhas. Só que eu só viria a saber anos mais tarde, quando foi republicado na revista A Teia do Aranha em 1996, a versão completa e com diálogos revisados e adequados novamente. Uma nota especial cabe neste momento, sobre como as versões se modificam. Pra mim, em muitos momentos, parecia que eu lia outra estória, já que as mudanças foram enormes e eu havia decorado muitas frases da original dos anos 80. E também nesta época as revistas vinham com fichas dos personagens no final. Muito legal mesmo... tudo mágico pra um garoto de 10 anos. Pena que eu não tive os brinquedos. Meu primo teve... eu ganhei o Thundertank e um Lion-o que acendia os olhos. Gostei do mesmo jeito.

Uns 2 anos depois foi lançada uma continuação, chamada de Secret Wars II, em que o Beyonder vem a Terra pra viver a experiencia humana... um desastre absurdo de publicação... não chegou aos pés da primeira e nem faz jus ao nome. Pena...

Como percebem, tenho uma ligação emocional com esta saga em especial. E sinto orgulho disso.

Deixo algumas imagens mais legais abaixo, espero que gostem.

Abraços do Quadrinheiro Véio.