Thor: Por Asgard é tão belo que beira ao sublime. Já começo assim porque é uma obra que impressiona. Uma arte que é rara de se ver em HQ´s, com uma riqueza de detalhes e uma fotografia adoravelmente épica.
Ganhei de presente de aniversário de um bom amigo e confesso que quando eu olhei a capa não dei a importância que a publicação pedia. Porém tudo mudou e fiquei muito grato por ter ganhado.
A história começa com uma batalha em Jotunheim, contra os Gigantes do Gelo, os eternos grandes inimigos de Asgard. Thor neste momento é regente de Asgard, já que os reinos estão sendo acometidos por um inverno super rigoroso a 26 anos e existe uma profecia de que um inverno de 3 anos iria preceder o Ragnarok ( que é basicamente o apocalipse nórdico ) e Odin saiu pra uma peregrinação para descobrir como impedir que isso ocorra, deixando o filho cuidando de tudo. O que mais preocupa os Asgardianos nesta história é que uma profecia diz que o Ragnarok também viria após a morte de Balder, o bravo. E este foi assassinado por Loki ao fugir da prisão. Este foi o começo do inverno longo e o começo do fim dos deuses. Toda a história gira em torno desta base que descrevi aí. Acho muito inteligente, muitos diálogos, muitas reflexões. Uma história pra lá de adulta, sobre sacrifícios, sobre como é o peso da responsabilidade de um reino. E o mais bacana. Thor não pode usar seu martelo enquanto é o regente, tendo que usar armas comuns. É dito que ele só pode ser uma coisa ou outra... Regente do rei ou Guerreiro. Pra ajudar ainda mais, revolta nas ruas e uma disputa entre Lady Sif e Tyr, o deus da guerra, para ter suas ideias ouvidas por Thor, que em meio as discussões opta por se isolar em seus pensamentos. Vemos também um passeio pelos reinos, e é possível entender melhor a extensão da mitologia nórdica que a Marvel adotou.A participação das Valkirias e seus cavalos alados, como as guardiãs e guias dos guerreiros valorosos que tombam em combate e partem rumo a eternidade no Valhala, bem como o reino dos malditos regido por Hella. Fala-se sobre ciclos e isso é muito interessante se pensarmos que os ciclos estão presentes na vida de todo mundo. A única certeza, sempre, é a mudança. E é sobre isso que se trata esta HQ.
Um fato que acho bacana e que até então eu nunca havia ouvido falar, é que a imortalidade dos Asgardianos vem de uma maçã dourada, que está tendo dificuldade de florescer em meio a tanto tempo de inverno, sendo necessária a busca de terras festeis aqui na Terra. Sempre achei que a imortalidade deles fosse um fator natural e não provindo de um fator externo a natureza asgardiana. Curioso, não é ?
O trabalho de roteiro é de Robert Rodi, que até então é um nome que não me lembrava, mas que fez um excelente trabalho. A arte magistral é de Simone Bianchi e a pintura é de outra Simone: Simone Peruzzi. Como já disse, a arte fala por si. Cores o tempo todo frias, como uma pintura a aquarela a base de água... não sei explicar, veja estas fotos de algumas páginas e tenha sua conclusão. Fazia tempo que não lia algo bom do Thor, e esta me deixou bem contente. A um tempo que eu já acho que as histórias regulares são bem fracas e creio que temos a sorte de ter graphic novels pra resgatar os bons tempos de roteiros bem escritos.
Enfim, recomendo com louvor.
Abraços do Quadrinheiro Véio.
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