quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Shazam & a Sociedade dos Monstros

Olá, amigos fãs do esporte... err. digo, amigos leitores de HQ´s !!



Este post é mais simpático do que os que tenho feito, porque eu realmente gostei muito do que eu li em Shazam & a Sociedade dos Monstros, lançado pela Panini Books. Confesso que eu estava evitando desde dezembro comprar esta edição, mas acabei cedendo e estou muito feliz por isso. É uma das edições mais 'gostosas' que eu li em anos e sou muito grato por ter podido desfrutar de tamanho prazer.

Ok, pode parecer exagerado a principio, mas explicarei o meu 'por quê'.
Pra começar, vamos à velha ladainha deste véio que vos fala, que é sobre o nome do personagem. É bom ler uma obra recente em que o herói é chamado pelo nome conhecido dele, e não pelo seu grito de guerra ( licença poética... hehehe ). Pra mim, este é, sempre foi e sempre será o Capitão Marvel da DC. Ponto final. Este lance de chamar ele de Shazam por motivos comerciais me incomoda em absurdo. Acho mesmo que é uma grande perda e sinal de decadência mundial quando a arte começa a dar lugar apenas ao dinheiro. Sei que em todas as áreas do mundo, em todo o período da humanidade isso sempre foi assim, mas isso não me faz mais contente por saber isso. Sei que todo artista precisa comer, vestir e ter um teto, mas penso que prostituição da arte e do idealismo é um grande desperdício de tempo e de talento humano. Ser fiel à sua própria mente eleva a humanidade, pois pensamentos diferentes, complementam-se e somam... pensamentos iguais não levam a nenhuma evolução. Mas como infelizmente a maioria das pessoas querem o conforto e o lugar seguro e comum, estagnamos e em algumas áreas até andamos pra traz. Aí, quando lemos um escritor mais ousado, como Alan Moore foi, Frank Miller, David Mazzucchelli, Byrne entre outros, achamos que é incrível. Mas a verdade é que estes mesmos já fizeram trabalhos meia boca e continuaram ousando, compartilhando com o mundo todo seus próprios pontos de vista, sem carecer de aprovação alheia. E entre seus erros e acertos, contribuiu pra evolução da maioria. Ou seja, ser ousado e falar o que pensa, dividir a opinião, criação e idéias, mesmo que isso não seja comercial ou monetizável através de uma pesquisa de mercado, colabora pro mundo. Vender mais e aumentar lucros, colabora apenas com os donos das editoras. Pena. Isso só pra citar no meio em que está a nossa paixão, que são as HQ´s. Porém sabemos que acontece em todos os campos da humanidade. Creio que isso tem chance de mudar, já que a internet elevou e libertou o pensamento, porém esta massificação também pode levar a uma estabilização da mediocridade. Cuidado, amigos... tenham pensamentos próprios ! Ousem !
Acho mesmo que é uma grande perda e sinal de decadência mundial quando a arte começa a dar lugar apenas ao dinheiro. Sei que em todas as áreas do mundo, em todo o período da humanidade isso sempre foi assim, mas não me faz mais contente saber isso. Sei que todo artista precisa comer, vestir e ter um teto, mas penso que prostituição da arte e do idealismo é um grande desperdício de tempo e de talento humano. Ser fiel à sua própria mente eleva a humanidade, pois pensamentos diferentes, complementam-se e somam... pensamentos iguais não levam a nenhuma evolução. Mas como infelizmente a maioria das pessoas querem o conforto e o lugar seguro e comum, estagnamos e em algumas áreas até andamos pra traz. Aí, quando lemos um escritor mais ousado, como
Voltando pro livro, em capa dura e tudo o mais, bem bonito, temos uma re-contada origem do Capitão Marvel, com o pequeno Billy Batson bem pequeno, mas naquela proporção tipica do Bone. Tem também sua irmãzinha, a Mary Batson, e ela está muuuuito engraçadinha. Pimenta de tudo e quando se torna a Mary Marvel, não fica adulta, mas criança mesmo... super divertida. Não sou o mais adepto de re-origens, mas esta ficou deliciosamente inocente, e é esta inocência que faz a leitura valer a pena. Com a presença do Sr. Cérebro e do Doutor Silvana, os vilões mais clássicos da família Marvel, esta publicação me deixou com uma alegria nostálgica, bem nos moldes da era de prata dos Quadrinhos, quando a inocência era muito usada e a preservação da mesma era importante. Então temos um traço simples e limpo, a colorização também é limpa e adequada, muito movimento, expressões e olhos grandes e os olhos apertadinhos do Capitão que são sua marca registrada principal. Ah é, e também tem o desabafo mais clássico dele logo de cara: Diacho !

Uma das coisas mais notávelmente criativas no Capitão Marvel é o Anagrama SHAZAM, que eu realmente acho que todo mundo deveria gritar todas as manhãs, logo ao acordar, porque invocar estes poderes todos é sempre positivo, se você o fizer conscientemente. Afinal, quem não quer ter a sabedoria de Salomão, a força de Hércules, a resistência de Atlas, o poder de Zeus, a coragem de Aquiles e a velocidade de Mercúrio? O Billy tem expressões bem infantis, seu movimento e gestual, o comportamento são mesmo de uma criança... muito clássico. Mas.... e tem sempre um mas... uma coisa que eu não curti muito foi este lance de ele não se 'tornar' o Capitão Marvel, mas ser o receptáculo dele e com o tempo acabarem se tornando um só. Eu nunca tinha ouvido falar disso. Pra mim, ele recebia os poderem do Capitão Marvel, mas era sempre o Billy. Claro que o Billy originalmente não era uma criança tão nova, era mais adolescente, mas isso de o Capitão ser um e o Billy ser outro, meio que... me desagradou um pouco.
Creio que tirando isso, as outras mudanças e criações foram bem interessantes, me agradaram muito e até a forma como o Tigre, o Sr. Malhado, foi colocado na história é legal. O Capitão sempre foi ligado a magia, e isso fica bem explicito. E não tem esta porcaria de poder de atirar raios que inventaram nos novos 52. Ufa !
Ainda bem que ainda fazem HQ´s pra eu ler. Principalmente por ainda ser o Capitão Marvel e não este Shazam novo, de gorrinho... Tá certo que na época do surgimento do personagem, o que era grande no mundo era a guerra e por isso muitos personagens são os "Capitães" alguma coisa. Mas, poxa, se querem um novo novo, criem um novo personagem, ué !
O Jeff Smith ( que é o criador do Bone ) deu uma dimensão diferente pro Capitão, deixou ele ao mesmo tempo mais moderno, e manteve a essência da inocência. E por tudo isso, eu realmente acho que é uma edição obrigatória.
A leitura é tão gostosa, que eu peguei pra ler sem compromisso no sofá e quando percebi, já tinha terminado, com um sorriso no rosto. Uma expressão que ultimamente me anda rara ao ler coisas novas.
Acho que é isso, vou ficando por aqui !
Apareça sempre !

Abraços do Quadrinheiro Véio !




2 comentários:

  1. Uma verdadeiro obra de arte! HQ linda! Mereceu cada minuto dedicado à leitura. Tá na hora do Capitão Marvel ganhar o devido respeito no panteão de heróis!

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    1. Definiu muito bem, Diego ! Obrigado por comentar e passar aqui pra ler !
      Abraços !

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