segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Doutor Estranho - O Juramento

Olá, amigos Quadrinheiros.

Hoje o assunto é : Estranho... pra dizer o mínimo !! hahaha... brincadeira. Vamos discorrer um pouco em um campo que eu, mesmo sendo nerd, geek e engenheiro, adoro nadar de braçada, que é o misterioso campo da magia, e como nosso guia e anfitrião, temos ele, o mago supremo da Marvel: Doutor Estranho. Nesta edição da Coleção Oficial de Graphic Novels da Salvat, somos presenteados com uma mini-série em 5 edições intitulada "O Juramento".
Logo de cara, eu não tinha entendido que juramento era esse e adoro quando títulos de obras são mais amplos do que apenas o significado direto a que ele nos remete. Sendo um médico, aliás um dos maiores cirurgiões neurologistas do mundo, Stephen Strange sempre foi mega arrogante e não seguia o juramento de hipócrates como deveria. Sempre sendo arrogante e negando ajuda a quem não pudesse pagar seus preços exorbitantes, ele não era do tipo que ajudasse alguém senão ele mesmo. Ok, você já sabe isso... mas eu apenas resolvi frisar esta origem dele porque este é o primeiro juramento a que o título
se refere. Outro juramento é o de cuidar do seu ajudante, companheiro e amigo Wong, que está padecendo de um câncer seríssimo e o bom doutor se vê frente a frente com um dos seus grandes medos. 
Basicamente, é isso. Se você vem sempre aqui sabe que eu não gosto de abrir nada sobre as histórias que eu comento, apenas comento sobre o que elas nos fazem sentir ( no caso, o que eu senti ) e esta história é muito legal, coerente e emocionante. 

Histórias do Dr. Estranho são muito legais, eu sempre gostei e são raras as que não gostei. Como um estudante de muitas coisas, entre elas o tarô como forma de entender comportamento, filosofia e arquétipos, eu adoro a forma viajante como ele sempre foi retratado, as viagens visuais, toda os monstros, seres espirituais, deuses, demônios e etc... tudo oculto, tudo num mundo que todos os outros heróis da Marvel pouco poderiam ajudar, e ele se vê sozinho peitando isso tudo. O cara é muito F%*@ ! É uma delicia se enveredar por este campo tão vasto e misterioso, que permite aos roteiristas ir muito longe em suas criatividades e colocar seus 'deliriuns tremis' pra fora nas páginas. Entretando esta mini-série em especial não vai muito pra este lado, explorando algo mais 'humano' no doutor. Eu amaria ter mais viagens astrais e mundos loucos saídos de uma boa tragada de um baseado, mas como uma das primeiras HQ´s dele que eu leio mostrando esta humanidade, este lado mais físico, mais paupável, é bem interessante de se ler. Existe todo um emocional preso alí, ele demonstrando um pouco de sua antiga arrogancia em alguns momentos e seu fator mais humano aparecendo, gritante, em seu desespero para salvar Wong.
Acho que tem um monte de referencias ótimas. Aliás, parece que de uns anos pra cá, a moda é colocar um monte de referencias nas entrelinhas das HQ´s, não é ? Sei não... acho que tudo em excesso não é bacana. Claro que a gente se diverte, mas a raridade da coisa é que torna ela especial e quando todo lugar tem isso, aquilo perde a magia. Lembram do Bochecha, o "Gurincrível" (ou Síndrome) em "Os Incríveis" ? Que queria dar super poder pra todo mundo, e quando todo mundo for super, ninguém mais será. É tipo isso... e o nome disso é saturação. Não sei vocês, mas as HQ´s mais recentes andam tão repetitivas, tão sem nada de novo, que infelizmente temos que procurar onde, entre os milhões de clichês repetidos a exaustão, está a essência de um autor. Mas dentre algumas idéias, eu gostei muito da arma do Hitler que pode passar pelas defesas do Mago Supremo. Também achei bem legal esta Enfermeira Noturna, que não conhecia e achei que tem uma personalidade bacana. E gostei dela mais ainda ao descobrir que o nome dela é Linda Carter. Uma homenagem muito especial para a nossa eterna Mulher Maravilha da DC.

Outra referencia que achei interessante é um monstro que aparece em determinada passagem que me lembrou muito o monstro de Watchmen.
Esta edição é escrita por Brian K. Vaughan, que cumpre muito bem o seu papel. Não larguei o livro até terminar e isso é muito bom. Soube me instigar, me deixar curioso, com diálogos inteligentes, dramáticos e sem excesso de frescura. Os desenhos são de Marcos Martín, que eu nunca ouvi falar antes, desenha bem, com bons ângulos, movimento e traços meio quadrados, retos, mas convincentes. Principalmente as expressões e olhares. Nisso ele é realmente muito bom e constante. Eu sempre prefiro traços mais orgânicos como os do John Byrne pra histórias de magia, mas o Marcos Martín me convenceu muito bem e eu recomendo sem medo.


Esta publicação figura no meu rol das boas histórias e se você gosta do Estranho, pode ler sem medo.

Abraços do Quadrinheiro Véio !

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